O Alquimista

A alquimia nasceu como um caminho de transmutação da consciência, onde a alma era vista como a “prima matéria” ou o foco do trabalho. Ao fazer uso de uma pedra filosofal simbólica – um intelecto sábio – o alquimista acreditava ser capaz de despertar seus poderes internos adormecidos. Era uma bela metáfora para o processo de transformação interior.

Todos os ensinamentos antigos consideravam a autorrealização como a base da verdadeira civilização. Na prática, isso significa desenvolver poderes mentais e intelectuais como concentração, vontade, intuição, criatividade, um conjunto de qualidades e valores, etc. Esses experimentos para retornar a um estado original de consciência consideravam a perfeição uma meta alcançável. A alquimia considerava que, espiritualmente, nossa natureza inferior – o chumbo – poderia ser transformada em ouro.

A maioria dos ensinamentos esotéricos são, na verdade, métodos simbolistas que têm uma origem comum. Eles se referem a transmutação da alma quando em contato com a energia sutil, mas extremamente poderosa, do Ser Supremo.

Muitos desses arquétipos e memoriais estão relacionados com a perspectiva cíclica do tempo, em que se acredita que um mundo “velho como ferro” desaparece antes do nascimento de uma nova era de ouro. E a alquimia não mede palavras ao descrever os estágios de purificação da alma humana antes de alcançar o estado perfeito.

Na verdade, as tradições antigas valorizavam aspectos da energia mental que acabamos esquecendo. Enquanto continuarmos a viver e agir a partir de um estado limitado de consciência, continuaremos a ver as coisas como desconectadas e aleatórias. A maioria das pessoas pensa que a vida é assim. Desse ângulo, as coisas físicas parecem, se não iguais, muito parecidas. Afinal, todo mundo tem um corpo com uma cabeça, dois braços e duas pernas e assim por diante.

Do ponto de vista energético, no entanto, somos completamente diferentes. Peça a alguém que tenha a habilidade da clarividência para lhe dizer como as pessoas aparecem para eles em termos de energia e luz. Todo mundo é único quando se trata de sua aura, orbe de luz ou falta dela. Nesse nível, nada permanece oculto.

Podemos então pensar na luz de Deus como a verdadeira pedra filosofal, capaz de derreter o chumbo de nossas negatividades profundamente enraizadas, desde que estejamos dispostos a fazer “o trabalho”.

A “magnum opus” – a grande obra do alquimista – geralmente era executada em segredo na escuridão da noite. Da mesma forma, é na hora mais escura da alma que nos sentamos em silêncio e trabalhamos em nossa transformação interior.

Não há tarefa maior do que essa, e não apenas para nós, mas para o bem do nosso mundo. Podemos ter certeza de que o Universo nos abençoa quando nos conectamos com o Único. Este é o grande esforço incógnito.

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