Esta é uma face conhecida, especialmente nas religiões tradicionais, onde um Juiz Supremo é lembrado e até temido. Embora possa haver um lado “sério” da personalidade divina, quando entendemos as leis naturais fica claro que só passamos por aquilo que criamos. Então, de onde surgiu essa imagem terrível de um Deus punitivo e cobrador?

Gosto de relacionar este título com um outro aspecto de Deus, que é o de Mahakal – “a morte de todas as mortes” – pois é aqui que tenho um vislumbre de sua visão ilimitada. Ninguém mais pode nos conhecer tão profundamente ou nos ver como realmente somos – como almas imortais e eternas.

À medida em que abordamos a existência através da perspectiva da “morte” – de estarmos longe do veículo físico – todos os medos e preconceitos que existem na compreensão limitada da vida corpórea se desintegram. Pois, neste estágio, experimentamos o fato de que a morte não existe, apesar de haver sofrimento. E é isso que o Juiz Supremo deseja que entendamos e conquistemos.

Mudar a consciência depende, é claro, de nossa capacidade de compreensão, vontade e envolvimento. Entender que o sofrimento resulta do menor desvio da integridade nos faz reavaliar as coisas. E ele pode assumir muitas formas – pode ser apenas uma tristeza leve ou pode ser opressivo – mas sempre vai desequilibrar nossa vida.

Esta face de Deus parece funcionar como um espelho claro da perfeição, que pode mostrar nossas fraquezas. Nos sentimos seguros para nos compararmos com o Juiz Supremo e compartilhar com Ele o que fizemos. Certamente este é um papel importante e que pode ser necessário para o nosso desenvolvimento.

É da natureza humana ignorar coisas de que não gostamos, como quando pensamos, “tudo é relativo” ou “tudo depende das nossas intenções”, etc.

No entanto, nada é relativo quando se trata de colher os frutos das ações. Há uma diferença muito clara e inequívoca entre qualidades positivas e negativas e o que elas geram em nossa vida.

Além disso, devemos considerar que frequentemente discriminamos e julgamos as coisas de uma forma limitada. O que pode parecer externamente difícil ou duro pode, na verdade, ser uma oportunidade para nos ajustarmos e desenvolvermos um novo poder.

A alma desempenha papéis diferentes de uma vida para outra, experimentando mudanças em sua capacidade mental, gênero, recursos, força física, qualidade de relacionamento, etc. A vida é assim porque precisamos aprender nossas lições e ser absolvidos dos erros do passado. O Juiz Supremo nunca se esquece de que seus filhos precisam de aprendizado para poderem se desenvolver e se tornarem livres novamente.