O Verdadeiro Guia

Há um sentimento ancestral aqui, uma sensação de que estávamos juntos ao longo das eras e novamente nos tornarmos próximos no momento da transição. Como guia, Deus tem a responsabilidade de nos conduzir ao destino certo, mas não antes de nos mostrar como a jornada de volta faz parte da peça. Ele sabe que o ponto que ainda é necessário em breve fará a roda girar e os eventos tomarem um novo rumo. O Satguru foi lembrado por conduzir uma procissão celestial durante uma jornada cósmica de retorno ao lar espiritual.

Na companhia do Guia, surge a reverência ao sagrado, uma disposição que vem do amor pela verdade e não da adoração cega. As pessoas se curvam aos pés dos gurus, mas Deus é incorpóreo e sem ego. Ainda assim, podem surgir sentimentos espontâneos de devoção, como aqueles que temos pelo Amado. Afinal, este é o único ser que realmente poderíamos idolatrar, mas o único altar sobre o qual Ele pode se apoiar é o Universo.

Deus neste papel nos passa a imagem de tempo e espaço infinitos. Ele semeia em nós as sementes eternas da integridade e compreensão, que acabam nos libertando das amarras do passado e criam um novo futuro. Verdadeiro e confiável, Ele nos trata com profundo respeito e benevolência ilimitada.

É claro que o Guia não precisa de adoradores, no entanto Ele sabe quem são seus verdadeiros seguidores já que sua tarefa é criar mestres soberanos. À medida que compreendemos como o desenvolvimento espiritual nos leva à independência e como, a partir dessa posição, podemos ser úteis aos outros, a imagem do soberano adquire um significado diferente. Swaraj – autogoverno – é o estado original da alma, quando está completa com todas as qualidades e fortalecida internamente. Aqui temos o arquétipo do rei tomando forma na vida real.

Este é outro aspecto único no relacionamento com o Supremo. Sua energia de amor, dignidade e paz nos preenche e transforma de tal forma que a pureza interior da alma ressurge de forma tranquila e despretensiosa. Nossas vibrações e caráter mudam e, no processo, geramos uma energia que dá origem a uma nova forma de viver.

Deus, como guru, não precisa de rituais, mantras ou veneração. Ele não tem imagem e não quer ser adorado, mas adora receber o nosso amor. Ao se conectar com o Guia Supremo, um sentimento de sacralidade paira na atmosfera. Somos tocados pela realidade transcendente. O verdadeiro Guia nos leva de volta ao lar.

© 2022 Brahma Kumaris